Era tarde apesar de ainda parecer cedo para que tudo acontecesse. Era tarde porque o sol se despedia. O laranja se substituía ao azul sem manchas de algodão doce que lhe lembrava carrosséis e música de bailes populares.
Uma tarde a fazer-se noite. E as decisões sem tempo feito a tardarem por estarem longe de ser maduras.
Talvez houvesse um destino igual àquele que fazia as noites acordarem os dias depois de sonos inquietos ou tranquilos ou até de muitas insónias que visitavam as estrelas que ora brilhavam ora brincavam de esconde-esconde. Talvez.
E nem fosse preciso decidir o que já estivesse por si só decidido há muito tempo. Se calhar a viagem far-se-ia onde agora estava. Sem de si arredar pé. E nem fosse preciso atravessar meio mundo, cruzar tanto mar! E para quê, afinal?
Que respostas podia encontrar que não lhe tenham já sussurrado ao ouvido e teimosamente tenha ignorado?
Quantas vezes o que procuras está tão só dentro de ti? Dizia-lhe a mãe.
Dentro de mim? Que sei eu? E vasculhava-se quase em desespero.
Perdia-se na amálgama de tanto querer.
Descobria por vezes que era no silêncio das perguntas que encontrava as respostas.
Que quando nada pedia tudo lhe era dado. Pasmava.
Ao esvaziar-se preenchia-se. Era mais. Melhor. Completava-se.
Era preciso ser cedo por muito tempo, até ser preciso. O tempo dir-lhe-ia a tempo o tempo certo.
Até lá as noites dormiriam, os dias acordariam, as estrelas fariam os seus jogos com quem lhes fizesse companhia.
A vida, essa, acontecia. A seu tempo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário