Todos os dias traz consigo uma história. Para se distinguir dos outros, para o tornar maior. Ou mesmo só igual. Esquece-se do que lhe pedem e parte nas histórias que nascem ali das coisas que sonha. E dá-lhes tamanho. Um tamanho que cresce á medida que as mãos plantadas no espaço entre os seus e os nossos olhos vão ganhando distância até ser impossível.
Tão grande?!
É mentira, É tudo mentira. Dizem os outros.
Levanta-se e enfrenta-os. Mentira?! Estiveram lá? Viram?! Olha para nós em desespero.
Acalmamos uns e outros. A ele dizemos, talvez não tão grande, a memória engana-nos. Aos outros pedimos que o deixem sonhar. É o que tem.
Veste de novo as asas do sonho e os olhos brilham. Sabemos que são os únicos tempos em que brilham. Em que sonha que vai arranjar rádios, bicicletas. Ou vai pescar tainhas enormes! Que as cobras que vê são gigantes! Que vai viajar até Lisboa onde tem parentes ricos. E amigos! Muitos! E que ri também.
Nas asas dos sonhos que ele tem, é um menino feliz! Como lhas podemos cortar?
Porque é mentira. Os outros têm razão.
Que me perdoem todos mas eu acalentei-lhe os sonhos, tentei dosear-lhe as mentiras que contava para si próprio... Mas sentia-o tão feliz!
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