Há um desconforto em não se poder dar na mesma medida em que se recebe. E ela sentia-o. Duma forma aguda. O esforço que fazia para ser igual deixava-a sem forças. Fugiam-lhe as palavras e os gestos em debandada.
E a cada dia crescia o desespero. Não que ela não o amasse da mesma forma. Não. Nem que lhe sentisse também a falta…
Parecia no entanto ser incapaz de mostrar tudo quanto sentia. Sentia-se amordaçada pela sua própria mão.
Talvez o facto de há muito não sentir assim a deixasse ainda anestesiada. Talvez a realidade que agora antevia ainda a deixasse incrédula. Talvez tudo fosse ainda um sonho. Sim e porque nos sonhos ás vezes queremos correr e não conseguimos… Queria mostrar-se e não podia ainda.
Só os olhos e o sorriso, o ar tranquilo que todos lhe sentiam a denunciava.
A ele, não lhe bastava.
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