O quarto escuro

Era ali, no quarto escuro das memórias que ficavam os pedaços que ainda se soltavam de tudo quanto lhe fazia mal.
Depositados na ânsia de serem só breu onde nenhuma luz os visitasse. Assim não os veria jamais. Por lhes perder os contornos.

Fechava a porta e esperava que ninguém a empurrasse. Não lhe forçassem a entrada, nunca.

E mesmo assim entre o ranger de coisa sem uso, por descuido, ás vezes entravam fios de luz. E a dor tomava corpo.

Precisava de estar mais atenta. Não o deixar acontecer.
Deixar as coisas no lugar onde as tinha posto. Para sempre.

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