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Hoje passei com os dedos, acariciando cada pedaço teu, pelas fotos que guardo de ti. Pela milionésima vez.

É quase rotina.

Imagino-te e não o quero fazer. Tento resistir.
O que me impele a fazê-lo dói. E não quero mais dor.

E foi há tanto tempo que passaste por mim!

Foram já alguns os que vieram depois de ti. De todos me desliguei. A nenhum me prendi. Nunca mais o soube fazer.
Aprendi contigo o medo de perder. E a dor!

Antecipo fins antes de qualquer princípio. E faço-os desaparecer.

Quero a calma que tinha antes de ti.
Rasgaste-ma.

Rasgo-te eu agora.
Não terei mais onde passar os dedos em busca de memórias.

3 comentários:

  1. Ena.

    A escrever assim, o teu orgulho e a tua vaidade serão bem recompensados.

    Adorei estar aí convosco.

    Beijos

    Miguel

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  2. É tão difícil falar das dores da alma! A dor aparece mesmo que representada.
    Se perdesse alguém, sei que seria assim que o sentiria.Beijo
    Ana

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  3. caminho agora rente
    aos dias
    ali onde a memória se
    esconde

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