Pedira-lhe um diário. Um relato que um dia partilhassem. E revivessem.
Logo que pode lera-lhe as primeiras páginas com sofreguidão.
Queria saber-se nela.
Ver-se pelos olhos que o fizeram apaixonar-se. Daquela maneira que não percebia.
Das outras vezes tudo tinha sido mais pálido. Agora que conhecia as cores que nunca imaginara existir, viajava extasiado. Numa embriaguez que em vez de lhe adormecer os sentidos lhos despertava ainda mais.
Estranhava-lhe a forma quase seca que ela usava na escrita. Perdia-se dela.
Daquela que o amava como ninguém o tinha feito.
Que descobrira nele um homem que perdera há muito entre a vida que se fez.
Da mulher fogo que fazia no seu coração fogueira.
Perdeu-a. Não soube se por tanto lhe pedir.
Se por tanto lhe querer.
Perdeu-a porque nunca a encontrou.
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