O pretexto foi a troca de olhares. E apeteceu. Ela tinha-lhe a fome sempre insaciada. Agora, mais que nunca presente.
Gostava da forma como ele filtrava o que via. Fazia-lhe ter vontade de andar por lá também. Disse-lho.
Ele sugeriu-lho.
Quando se viram ela deixou as palavras rolar. A pressa de desvendar a magia do sentir, a vontade e o despudor de o fazer eram palpáveis na alegria que o brilho dos olhos deixava adivinhar.
Fazia-o sempre assim. Não se sabia doutra forma.
Não havia máscara que a transfigurasse.
Ele absorvia-a. Só.
Espantava-se na descoberta do mundo dela. Nas suas paixões... Na inocência das suas paixões.
Na entrega que dela emanava. Sem diques nem represas. Livre e fluida.
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