Uma carta

Não é realmente a melhor maneira de falar.È sobretudo...a forma mais fácil de ignorar o outro. Pode-se abrir. Rasgar. Ler ou talvez não.
E depois nem exige, só por si, resposta.
Os olhares evitam-se e as expressões não teem de ter sentido.
Uma carta é sempre surda e cega. Só não é muda.
Fala, mas sózinha. Uma fala sem corpo.
E a intenção perde-se na leitura, se houver.
Assim e apesar de tudo, escrevo.
Passar ao papel, sonhos, ambições, dores, é de certa forma um acto de prazer.

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