A folha

Ela entrou timidamente espaço dentro. Lufadas de ar empurravam-na devagarinho a tempos inusitados e faziam-na avançar por sítios desconhecidos. Mais folhas a esperavam. Doutras formas, doutras cores e tamanhos, já arrumadas em cantos onde nenhum vento as pudesse perturbar. A pouco e pouco ela avançava. O desconhecido começava a fazer parte dum território ganho entre medos e ansiedades. Afinal eram só passos e o que vinha não era mais que o que passava. Ela abandonava-se. Até que tranquilamente poisou. Num canto onde o fôlego do ar se deixou descansar e a libertou de receios deixando-a aninhar-se num lugar a que chamou casa até nova viagem

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