Saudade

Evanescence-Missing

Já há muito que o não estreitava nos braços e não lhe sentia o cheiro.
A ausência tinha uma dor que lhe moía a cada instante crescendo no espaço que habitava a distância alongada entre os dois, tornando-se insustentável.
Essa dor ténue mas sempre presente, cravava-lhe a vivo na memória os tempos passados e as coisas vividas juntos, tinha agora a cor da saudade e era dela que vivia e na sua luz que se banhava projectando-se em sombra no dia a dia.
Não sabia quem era ele agora. Podia ser outras coisas que a memória não pudera construir porque se ficara no tempo em que só vivera as que possuía.
E era por esse tempo e por essa razão que o amara e continuava a amar.
Não podia adivinhar que agora era outro de que não tinha ideia ou lembrança.
A vida passara por ele nos espaços em que sozinho vivera outras vidas longe dela e se por vezes era ainda o homem que as memórias lhe traziam, por outras era um homem novo que desconhecia.
Não era já o homem que ainda espera e sempre amou.

As dores… As que sentira parecem-lhe agora inúteis.

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