Podia ser por acaso...

Podia ser por acaso. Ou acontecer uma só vez na vida. E parar aí.
Ser ponto final.
Nem virgula, nem reticência, muito menos, ponto de admiração.
Um só descontrole ocasional. Uma borbulha a mais, num nariz já acostumado.
Mas não. Acontecia sempre, da mesma forma como se fosse vital.
Como se fosse mágico e também raro. E, era-o!
Sentia-o assim. Fazia-a sentir-se assim. Uma caixinha poderosa, dum valor incalculável.

Tinha a prova disso consigo.
Um sorriso enorme cresceu-lhe na cara que brilhou pelo dia fora...

Uma flor especial a desabrochar em alturas de dor e perda. Algo que nasce quando algo se vai.
Como se nunca pudesse haver lugar para ausências.
E a semente estivesse sempre pronta a germinar. Especialmente nessas alturas.
Sempre que perdia alguém, acontecia.

O filho era prova disso. Fora a "troca" do irmão perdido. Nove meses depois e em honra do santo que na altura se celebrava, dava fruto a magia que transportava em si, a quem deu o nome de António.

O que a principio parecia um acaso, provou ser um facto assumido.
Acontecia sempre. Duma forma precisa, agora já esperada e saboreadoa como se duma graça se tratasse.
E era-o!

Sem comentários:

Enviar um comentário