Calava...

Calava tanta coisa, tanta vez!
E quando tudo acabava sentia que tudo ficava por dizer.
Como se tivesse medo de dizer de mais. De sentir demais. De se comprometer demais…

E depois, nada havia a fazer. Na altura tudo parece normal. Como se tudo lhe fosse devido, a tudo tivesse direito. Nada tivesse de agradecer.
E obrigada, fosse só mais uma palavra inútil.
E gosto de ti, outra.

Agora, fazes-me falta, é a mais inútil das frases.
Porque só na ausência as palavras se fazem presente e urge fazê-las crescer num passado que já nada altera.
E as palavras que não foram ditas, doem ausentes.
Como quem se foi. Como o que se perdeu.


As palavras vestem-nos e despem-nos. Umas vezes demais outras de menos.
Por isso precisamos dos gestos.

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