Não era a primeira vez

Não era a primeira vez que lhe acontecia.
Nem sequer era de forma diferente. Soava-lhe a “dejá vu”. Devia por isso estar preparada e já nem reagir. Seguir em frente como se nada tivesse acontecido.
Como se passado e presente se confundissem e tudo girasse em eterno rodopio.
Num vaivém incessante.
E sentir-se tonta fosse consequência desta dança quase violenta de tão rápida e inesperada.

Chorava, sim. Sofria também.

Escondia-o sempre que podia. Embora ás vezes a tristeza trespassasse para fora de si no olhar perdido no vazio e na falta do sorriso que pairava perdido nas culpas que sentia morarem em si.

Procurava forças, encontrando razões para ficar bem como estava agora. Sozinha.
No seu mundo. Sem mais ninguém.

Não seria a última vez e era bom que fosse. Faria para que fosse.
Era a promessa que faria a si própria.
Estava cansada de reviver.

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