Chegava a espantar-me das coisas sempre novas que as conversas de coisas tão simples como as nossas, sempre traziam.
Não, nunca me habituei a que isso acontecesse apesar de tão frequente.
Tinha sempre um sabor a descoberta, a coisa nunca vista ou acontecida.
A coisa rara.
Eram pérolas que guardávamos dentro de nós ou então apressadamente expúnhamos a ilustrar outras coisas que vinham a jeito.
Mostrávamos com vaidade um ao outro e sorriamos com a ternura bordada no olhar.
Era sempre assim.
Em tudo o que acontecia connosco.
Duma forma simples e sem antecipações.
Aprendia contigo a conhecer-me melhor e a perceber o que saia de mim. A dar nome ás coisas. Talvez te acontecesse também a ti.
Não queríamos mais que isso. Era tudo quanto era preciso.
E fora sempre assim. Nunca se soube porquê.
Talvez nem seja preciso saber-se.
As coisas ás vezes são só o que são. E talvez seja melhor deixá-las estar nesse lugar.
Se um dia isso não acontecesse mais talvez deixássemos morrer as conversas e ficassem só as memórias…
Mas não acredito que uma magia tão forte que fazia as palavras bailar á nossa frente construindo sorrisos onde havia lágrimas, alimentando esperança quando já não se acreditava, pudesse um dia morrer.
Por isso sei que me vou admirar ainda por muito tempo.
Pelo tempo de seres meu amigo.
Pelo tempo de partilhares as tuas palavras comigo.