Um tempo já sem conta.
Transportava dentro de si uma fome que nunca se podia saciar e estava aninhada no peito em ferida aberta.
Arranhava-lhe as entranhas e subia-lhe á garganta que secava e a deixava muda.
As palavras não diziam o que sentia.
E dentro de si tudo rugia num barulho ensurdecedor.
E dentro de si tudo rugia num barulho ensurdecedor.
E ensurdecia de tão alto se ouvir.
Um concerto desafinado fazia-a manter-se acordada horas sem fim.
Um abrigo, um qualquer porto de abrigo onde brilhasse a luz que a fizesse entender uma tal desarmonia…
Talvez fosse quanto bastasse.
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