A contorcionista

Tinha formas únicas de ser ágil.
Formas de sentir e estar acrobáticas. Quase impossíveis.
Elástica. Moldava-se com elegância rodeando obstáculos que deixavam de o ser.
Permitiam-lhe bailados em coreografias inimagináveis.
Moviam-na músicas que só ela ouvia num ritmo que lhe pertencia desde que se conhecia.

Havia quem procurasse nela inspiração. Quem procurasse nela saciar a sede.
Perdiam-se nos seus encantos enfeitiçados nos seus gestos.
Desatinados dos rumos vagueavam sem destino.

Alheada de tudo o que á volta dela acontecia, continuava o seu bailado de contorcionista atenta á sua própria evolução.

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