Os olhos não pensam

Dizia-lhe quem fazia amor com as palavras que escrevia que os olhos não pensam.
Vêm coisas a cru. Lêm a preto e branco deixando as cores para uma razão ás vezes ocupada em coisas que não valem a pena.

Fugiam-lhe assim da mira pequenas grandes coisas que se perdiam para não mais encontrar.
Sinais, avisos, indicações, roteiros do mapa da vida em que se movia de forma insegura.

Via ás vezes com outros olhos que escondia no peito. Os da emoção. Os do sentir.
E arriscava sem temer. De se perder nunca tivera medo.
O tempo que tinha era o da vida que era sua. Todo seu.
Encontrar-se-ia no tempo devido.
Até lá e entretanto no percalço e no desconhecido enfrentaria a descoberta.
Seria maior. Cresceria mais forte. Aumentaria a bagagem.

Foi com esses olhos que o fitou e lhe pediu um beijo. E contra esse peito que o apertou.
Foram os sinais que sentira em si que a fizeram partir nessa viagem.
Uma viagem que não iria fazer sózinha. Soube-o então.

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