Um rio

Subiu-lhe ao peito numa golfada como se fosse uma onda.
Num ímpeto imprevisto, vindo não sabia de onde.
Como se não houvesse mais tempo nem espaço para tanto.

No peito alagado ficou-lhe o sabor a dor antiga e teve medo do tempo que estava para vir.
Já desfolhara as folhas desse livro ainda por ler, demasiadas vezes.

Uma a uma, deixou cair as lágrimas.
Esvaziava um rio tumultuoso que agora saltava as margens.

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