Amélia
La valse d'Amelie de Yann Tiersen
Podia suspeitar-lhe nos passos miúdos e ligeiros uma forma de viver a vida.
De a encarar sem medos e desequilíbrios mas duma forma segura.
Em pequenos pedaços, pouco a pouco e olhando em frente sem vacilar.
Podia tê-lo feito então quando ainda era tempo e os sonhos cresciam sem prazo marcado.
Nesse tempo corria e olhava outras coisas. Outras que mais longe não se deixavam visitar mas eu teimava em descobrir.
Lembro-lhe a voz de saber todas as coisas.
A voz dos tempos por onde nunca tinha viajado.
E viajava de mão dada nos seus passos pequeninos pelas histórias que não era preciso inventar. Como as que agora conto a quem ainda me quer ouvir.
Sempre me pareceu ser do meu tamanho. Nunca me lembro de ter de levantar a cabeça para a olhar ou de apressar o passo para a acompanhar
Penso que ás vezes me enganava e achava que éramos ambas crianças. Ou mulheres…
Agora acho mesmo que o éramos.
Um dia desapareci-lhe das memórias.
A doçura de sempre continuou-lhe agarrada. O sorriso.
Os mesmos passos. Todos os dias nos mesmos sítios eternamente novos.
Como eu passei a ser.
Deixei de ser a sua menina. Para ser a … Senhora que ela não conhecia.
Quantas vezes lhe agarrei as mãos e procurei os olhos vasculhando sombras ou resquícios de memórias dos tempos que partilhámos! Quantas!?
Em vão.
Acho que te roubei o sorriso, sabes?
Em memória desses tempos. Assim estás sempre comigo.
Mesmo que não tenha aprendido aquilo que trazias dentro de ti.
Guardei-te e todos os dias te devolvo a quem se cruza comigo no sorriso que partilho.
Perdoas-me?
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Que lindo.
ResponderEliminarDói.
Que lindo.
Bonito e sentido texto!
ResponderEliminarZé