Tristeza?

Perguntava-lhe sempre se tinha ficado triste.

Não lhe tolerava os olhos tristes. O brilho inquieto de água prestes a rebentar.
O abandono de corpo e sair para um lugar que não conhecia e temia.

Segurava-a nos braços e não a tinha mais. Desaparecia-lhe.
Ficava-lhe no regaço uma negrura que crescia sem parar.
Ela transbordava, ele definhava. Apequenava-se.
Procurava fronteiras que se extravasavam. Também ele ficava triste.

Que não.
Não tinha sido tristeza.
Tivera de ser assim. Não podiam ser um do outro tanto tempo.
Tanto, podia ser demais.

Tinha saudades. Muitas, ainda!

Lembrou-se das memórias que lhe vieram.
Do homem que sonhou.
Soube porque o guardou naquele instante mágico.
E guardou melhor o segredo que então começou a crescer.

Tristeza?
Bailam-lhe nos olhos duas pérolas. Sem nome.

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