Os teus caminhos

Não sei dizer bem as coisas, ás vezes nem fazê-las. Porque as faço sempre com a porcaria do coração que tenho. Um coração que me salta á boca e me foge para a ponta dos dedos. Ás vezes diz o que sente sem razão, mas sempre o que sente. Há muito tempo que não tinha tanta tristeza dentro de mim. Tanta saudade, tanta vontade de ter alguém por perto. E acho estranho. Tenho até medo de o dizer porque pode parecer que quero muito, até o que não devo querer. Não sei falar contigo, chegar a ti. O receio de te invadir está sempre presente. O medo de estar a mais e assim perder-te, não desaparece. E este confronto de querer estar contigo e não estar fragiliza-me duma forma que não achava possível.
Balancei entre dizer-te isto e não o fazer. Entre guardar e partilhar. Escolhi fazer assim. Porque queria que o fizesses comigo. Acho que por isso. Ou porque não te quero perder. Ou, quem sabe, isto me faça perder-te.
Ontem em desespero apaguei as formas de estar contigo. Sentia-me já a perder o controle. Não gosto de o perder. Não gosto de pesar, de estar a mais. Tenho medo que me fujam. Prefiro que me desejem. Andava a sentir que quase te obrigava a ouvires-me. Apesar de seres sempre amável e atencioso. Mas não mais o mesmo. Percebia-te a diferença. Tentei entender adequando á explicação que me deste. Tens motivos. Como eu.
Não as apaguei para não te falar mais. Quero ouvir-te. Falar-te. Estar contigo. Quando achares bem, estiveres bem. Até lá, vou ter de cuidar de mim. Estou a ficar demasiado triste e desmotivada. As coisas deixaram de ter o sentido que tinham. Faltam-me forças para sorrir como dantes. Não sei o que fazer com o que sinto por ti. Queria partilhá-lo contigo. Não posso.
Ensina-me o caminho para o teu coração. Ensina-me a amar-te. Diz-me como fazer.
Quero aprender. Porque te amo. Muito.
Mas se tudo isto te pesar, diz-me. Alivio-te.
Quero-te muito!.


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