Despedida

Há muito que fazia em mim esta despedida. Necessária.

Porque o silêncio cerrado que interpuseste no meio de nós, construiu um muro que não sei contornar.
Porque assim, de tão pesado, te levou para longe aqui tão perto.
É vital que me despeça de ti ainda que te queira comigo.
E sei, que dizer que me esqueci de ti, seria mentir. Porque as lágrimas que caiem, quando em mim ecoas, são prova de que existes ainda cá dentro .
Mas com desejo de te perder, para não te sentir mais assim.
Um desejo de que te vás. E de que a tranquilidade que em tempos senti, volte de novo a este peito que se inquietou sem sentido.

Amordaço-te em mim. Mas dou-te asas.
Para de mim voares, para longe e sem regresso, em paz.

Não. Não ficarei a ver-te partir. Como me fiquei a ver-te ficar.
Ausentar-me-ei na despedida que quero breve. Não darás conta de mim.
Como há muito tempo, não dou conta de ti!

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