Já não me doem as palavras

Que digam de mim o que quiserem. Se aliviar quem o quer fazer.
Do que sou, já não me perco. Do que quero, não me afastarei.

Já não me doem as palavras que dizem de mim. Como não me aliviam.
Não pesam mais. Ocas, doutros, sem eco aqui.

Porque sei que não posso ser luz e deixar de ser sombra.
E que nalgumas tardes me alongo nos outros, desfeita de mim.
E sentem de mim o que já perdi. Em pedaços que não sou eu.
Porque vazios. Da luz que dou e em que me esgoto.
E já não sou nem uma coisa nem outra. E nem o que de mim fizerem.

Para lá de todas as palavras, eu, serei sempre o que sou.
Em luz ou sombra.

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