Alma enorme

Sentiu-lhe na voz a alma dum tamanho que não conseguia medir.
Chegava-lhe em ondas de frescura misturada com palavras de poetas a ilustrar as músicas que ele lhe dava a ouvir.
E eram torrente as palavras e rios as conversas.
E neste caudal imenso desembarcava em si toda a ternura e sabedoria que não conseguia conter.
Assim feita mar de ondas serenas, deixava-se abraçar pela luz da lua namoradeira que a enfeitava em prata. Embalada na memória dourada do sol quando nela se deitava. Viajava e deixava-se atravessar por quem por lá navegava.
Hospedou-lhe a alma na tranquilidade escondida entre algas e corais. Deixou-o espraiar-se.

Os sons que chegam á beira-mar vêm-lhe das profundezas.
Do mesmo sitio, onde há muito ele se deixou ficar. Escuta-o aí quando lhe sente a falta.
E renasce!

1 comentário:

  1. Há quem diga que a fotografia realça o que o olhar não percebe!
    Quem, como eu, já fotografou muito, ao olhar para esta imagem só pode discordar...é antes o olhar de quem está por detrás da máquina, que tem antes desta, a percepção do que há a realçar.
    Gosto da forma como capta a cor no mundo!
    Obrigado por partilhá-la connosco.
    Jorge Nunes

    ResponderEliminar