Tardam sempre as palavras


Tardam sempre as palavras quando delas precisamos.
Secam num lugar qualquer, perdidas em labirintos indesvendáveis.

Na cabeça latejam mudas e no peito debatem-se em fúrias desordenadas. Calam-se na garganta onde não vibram as ondas que lhes dão voz.

Amontoam-se desordenadas, enredadas em si. Caem em catadupa num turbilhão insustentável num poço sem fundo onde nos precipitamos também em tontura desenfreada.

Tanta coisa para dizer e um deserto árido de legendas pela frente… Ou a vista turva, talvez, porque a encandeiam as palavras duma tempestade qualquer.

Só mais tarde, muito mais tarde…
As palavras transbordam de entendimento e já não são necessárias.
Perderam-se no tempo.

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