Correm rios

Nos seus olhos, correm rios que desaguam dentro de si.
Brilham na luz que os reflete e amparam-se aí, nas margens dum sorriso que desenha para o suster.
Dentro ruge um oceano, numa raiva incontida. Á superfície é outro que em si transporta e o faz ser como é. Tranquilo e sereno.
Porque não sabe de raivas nem de ódios. Porque não conjuga os verbos de o ser. Nem o tem na vontade.
Foi de amor que se construiu em todos os tempos e conjugações. São-lhe estranhas estas linguagens que não consegue entender.
Na sua garganta, cala-se a voz enjaulada. Nunca saberá como e o que dizer.

Parece alheio, ausente...
Só nos olhos gritam os rios que não sabem correr para outros lados, perdidos nos rumos do desespero.
Que sente presente. Porque está e sente.

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