Saídas de lugar nenhum

As coisas ás vezes parecem saídas de lugar nenhum de tão inesperadas serem.
E no entanto têm todo o sentido.
São então a resposta que ninguém já espera. O sonho que se deixou de ter.

Pequenos milagres porque incompreensíveis.
Como se alguém vigiasse almas ou adivinhasse desejos.
Alimento de vida em cores e sabores antecipados servido por mãos invisíveis dum Deus qualquer.

É-se feliz pelo instante da dádiva.
E é quanto basta para avançar com a certeza de que um dia tudo se recomporá.
Os lugares passam a ter nomes e gravam-se na memória de quem sente.

Pedaço a pedaço a vida faz-se. O momento instala-se e constrói-se presente mesmo que o passado não o antecipasse.
Só a vontade expressa num desejo que tantas vezes se cala e o sonho que não se fez promessa se reconhece então.

Finalmente acredita-se na possibilidade das coisas mesmo que se pensem impossíveis.
Sabe-se num lugar pequenino dentro de nós que a vida vale a pena.
Mesmo quando parece alhear-se de nós.

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