Estranhamente

Estranhamente não a deixava para trás. Não conseguia fazê-lo.
E era tudo tão diferente do que tinha planeado!

Mesmo a forma de estar a que sempre se habituara. Á ligeireza com que chegava aos outros de forma inteira. Sem medos ou subterfúgios.

Com ela esbarrava nas coisas mais simples. Como se houvesse muros invisíveis a separá-los. Como se falassem línguas diferentes.
No entanto sabia que se encontrariam e não desistia.

Qualquer coisa de que ainda não sabia o nome impelia-o a ficar.
Talvez a sede de descobertas maiores. Dum segredo seu a revelar-se nela.
A vontade de se ver desvendado por quem não conseguia adivinhar.
Ver-se por olhos que normalmente não olhariam para ele.
Talvez tudo isso.

Estranhamente. Plantava-se na sua frente e não desistia de se deixar ser.
Crescia em terreno alheio e sem aviso.
Bastava-lhe que ela lá estivesse. Mesmo não estando.
Apesar da diferença e do desconforto.

Entregava-se apesar da luta eminente.
Para saber de si. Da sua força. Do que era capaz ou não.
Estranhamente…

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