Nem ele...

Ninguém adivinhara o que lhe aconteceu. De tão inesperado.

É sabido que há coisas que não têm data ou hora marcada. Acontecem do nada.
Por não se estar prevenido cai-se desamparado. E levam-se atrás, em dominó, todos quantos estão á volta. Seja no que for.

E foi assim também com ele.
Já chorara tantas mortes e tantas desventuras… Tantas que lhes perdera a conta. E já consolara muitos mais. Como só ele o sabia fazer. De forma espontânea e afável. Sempre no tempo certo e na medida necessária.
Era o ombro de cada um de nós.
E que franzina, era a figura! E que força tão desmedida!

Soube-se que levara com ele o sorriso porque a morte não teve tempo de lho tirar. O mesmo que distribuía a todos sem escolha.
Agora ali as lágrimas de quem o chorava ficavam penduradas no arco do sorriso que não podiam evitar… De tantas memórias que deixara dentro de cada um.

Ninguém adivinhara. Nem ele o pressentiu.

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