Cupido,procura-se!

Igualzinho aos que havia dantes. Reboludo, pequenino, com bochechas rosadas e cara de anjo. Asas também, brancas, vaporosas, com aquelas penas sem peso, suaves e fofas que só imaginamos.
Terá de ter um ar inocente, um sorriso maroto e uns olhos muito atentos. Porque este que procuro, terá de saber o que levamos uma vida a aprender.
A visão terá de ser apurada. A pontaria certeira. Sim o velho arco e flecha também são necessários.
Deverá saber ver para além das coisas e das pessoas.
E se tiver capacidade para prever o futuro, ainda melhor.
É que a dor duma seta, a enterrar-se no peito, magoa mesmo. Duma forma inexplicável.
Devia sentir-se uma única vez na vida e os efeitos serem eternos.
Quem fosse atingido, deveria amar sempre da mesma forma incondicional ou em crescendo.
Isso! Deveria ser assim.
Talvez um toque duma qualquer mezinha na ponta da seta o pudesse transmitir... Quem sabe?
Assim, como um virus sem cura!

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