Sei

Sei que partirás um dia.
De te perder não tenho medo. Porque teria?
Afinal nunca me pertenceste. Só é meu o que recordo de ti. E isso não mo levas nunca.
Depois, conheço-te os sonhos viajantes. A espera de coisas maiores e o medo de teres só o que julgas ter.
Não basta nunca o que te chega ás mãos. O que descobres e sentes...
E eu?... Sou parcela do todo que está para vir.

Por isso um dia sem me dar conta, estarás para lá dos sonhos em que te criei.
Na tua ausência serei outra. Como o sou sempre distante do que amo.
Procurarei alivio num lado inverso de mim. Talvez nem te espere mais. Nem o queira.
E seja outra em alguém que não conheço e nem suspeito.

Mas até que te vás, estarei e serei o que sou agora. Tua. Até que partas. Porque o farás.

Sei. Preferia não saber.

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