Era sempre depois do jantar. Ainda na cozinha se lavavam os pratos, já ela se esgueirava e empoleirava no sofá onde ele ficava quando via as notícias. Aproximava-se sorrateira e a pouco e pouco conquistava o terreno que a separava dele. Sem que ele, disso, desse conta apossava-se do colo que ela queria só para si. Aninhada, segue com atenção e sossego as coisas que ele ouve e vê.
É só dela naquele momento. Por muitos momentos e noites.
Até que um dia não o encontra lá. A pouco e pouco deixa de sentir o ninho a que ele a habituara.
Pudera, estavas sempre em cima dele! Nunca o deixavas sossegado!
A culpa era dela e não o sabia. Tinha-o perdido de tanto o querer.
Aprende, ainda pequena, que só conserva se não se servir. Se mantiver a distância mesmo que lhe apeteça o toque, o conforto.
Saberá que nunca vai voltar a pedir. Aceitará o que lhe derem. Com a sofreguidão que se tem, quando nada é nosso. Para poder ter.
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