Falava-me um amigo dum kit de Magia que, um dia, tinha dado ao filho.
Ele adorava mágicos e truques, e pombas e capas... Esbugalhava os olhos nos espectáculos que devorava.
Quando o recebeu, correu para um canto e apressou-se a experimentá-lo. Ia finalmente realizar o seu sonho de tirar coelhos de chapéus.
Ia... Porque não o conseguiu.
A varinha não funcionava!
Vem direito ao pai, zangado, derrotado, infeliz e pede.
Pai, devolve, a varinha. Está estragada! Não funciona, não faz magia!
Lembrei-me, por isso, do que para mim é mágico quando ainda não desvendo, mas ainda me deslumbra. As vozes que ouço e me acariciam os ouvidos. As palavras que leio e parecem entender-me. As imagens que vejo, e sei retocadas, mas tocam a alma... As pessoas que invento pelo que vou sabendo.
Depois, e ás vezes, confrontada com a realidade, tocando, cheirando, sentindo, vendo, a magia vai-se.
E apetece-me também devolver.
Voltar ao estado de deslumbramento que me fazia sonhar.
Ou então, confesso, ficar á espera de pouco ou coisa nenhuma. Sempre de alguma varinha estragada.
Mas quando ela funciona...
Cresço, cresço muito, porque sou ainda pequenina e, talvez por isso, acredito em Magia.
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