Conheceram-se sempre desta maneira. Viram sempre as mesmas coisas. Olharam-se sempre. A Natureza deu-lhes as mesmas formas. Domou-as. Deixou-as. Ali.
Acordam olhando o mesmo mar do alto da mesma serra. Todos os dias. Todos os anos.
Sempre juntas. Sempre sós.
Espelharam-se.
Como tanta gente que conheço e sinto assim!
Iguais, porque moldadas pelo passar dos anos. Semelhantes como se fossem feitas para serem pares, acomodam-se e ficam -se como se não tivessem ,mais, pés para andar, sonhos para viver.
Ou então, são árvores...
Sim. São árvores!
E correm-lhe pelas veias, seiva em vez de sangue.
E o fogo que as consome é real. E são cinza no sentido literal. Não metafórico.
Não são poesia. São gente. Isso!
Pode tudo consumir-se á sua volta. Permanecem impunes.
Pode haver dor. Sorriem.
Aridez. Florescem.
Noite. Amanhecem.
São. Simplesmente.
Como tudo é. Ou não é.
Porque há quem morra de pé. Como as árvores.
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