O desejo

Interrogava-me a propósito do desejo.
Se a espera pelo inesperado e pela surpresa me bastavam. Como arrumaria eu, o desejo? Respondi que o adormecia porque tinha consciência de que existia.
Adormecer? Interroga de novo e espera.
Não, não falava dum desejo que morre ou morreu. Tranquilizo. Era do desejo que embalava enquanto dormia para viver em planura.
Claro que acorda muitas vezes esse desejo. Volto a aninhá-lo. Quando chegar a altura vem em descanso com nova energia. Renova-se e cumpre-se. Sem dores.
Compreendo agora. Respondeu
Penso que acalmou também. Porque uma vida sem desejo, não a imaginava ele.

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