Silêncio

O Jorge é um poeta. Um poeta de alma. Um poeta de carácter. E quando fala as coisas tomam clareza. Definem-se. Mostram-se. Desnudam-se mesmo.
Por isso me atrevo, e não devia, a partilhar o tanto que me dá. Perdoe-me Jorge!
Mas, lembra-se quando me disse isto?
Recordo-lho. Falávamos da solidão como sendo o ar que se respira, quando se entra, nas paisagens da alma. Como tão bem o diz.
E acrescentava, quando mais fundo olhamos para uma paisagem, mais silenciosos ficamos, como se entrássemos num lugar onde os sentimentos são mais profundos que as palavras.
Silêncio. Porque nada há para dizer. Nunca se sabe como dizer tudo o que se gostaria de dizer.
Faltam as palavras. Sobram as emoções.
E, no entanto, estamos sózinhos.

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